segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Fhtagn

"The most merciful thing in the world, I think, is the inability of the human mind to correlate all its contents."
- H. P. Lovecraft




O despertar é anunciado pelos astros no firmamento
A soberania da serpente se mantém arrastando os milênios
Deuses em carne humana, filhos de aberrações terríveis
Sua ferocidade gélida é a herança dos eternos

Monolitos demiurgicos erigidos para imperar sobre o tempo
Mortos eles vivem sem nunca ter nascido, inertes e altíssimos
Eles habitam lugares além do espaço, antigos como o nada
Senhores da criação e da destruição, manipulam o oblívio

Nos sonhos de suas criaturas eles anunciam sua vontade implacável
Os sussurros do abismo usurpam a sanidade das crianças
Mortalidade anulada, os signos da perdição florescem
Os filhos do réptil cumprem seu papel e dominam sobre os rebanhos

Rios vermelhos frios como o gelo são a quintessência dos reis
Eles fluem brutalmente pelas urbes dos mais magníficos impérios
A semente do dragão é destilada e fecunda os vasos do sacriício
Em orgias ritualísticas e banquetes dionísicos, o legado continua

O olho tudo observa, oblíquo e voraz, penetrando os sonhos do vivos
O obelisco ancião impera contínuo no estandarte invisível do tirano
As eras contam seu trajeto infinito na areia do tempo oriental
E no ocidente os filhos da serpente trarão um fim a esta realidade

Os deuses da imensidão negra se posicionam para o fim
Sua eterna dança elíptica anuncia o cataclismo de mais um ciclo
Além das constelações jazem aqueles mais velhos que a matéria
Quando o olho se abrir no centro da espiral galática, eles despertarão

A pulsação da nebula estremece as almas e devora a esperança
O rugido onipotente do caos primordial apagará todas as luzes astrais
Os reptilianos convergem em sua ascenção milenar de poder
Celebrando o último solstício de inverno e a volta do inominável

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