sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Fullmoon Tango



A embriaguez é cruel. Mas a sobriedade é vulgar. Somos aristocratas do lixo. Então dancem, todos vocês. Sob a luz da lua, dancem os complicados passos da sensibilidade onírica. Somos toureiros acima de dançarinos. Dançamos com os touros nos velhos picadeiros. Nossa arma é a astúcia e o poder de manipular um animal grosseiro e mortífero. Quem será/o que será? Somos guerreiros temerários, sabemos do chifre, queremos a dor. Vencemos com os aplausos do povo - mas desejávamos ter perdido -. Então se contempla com desprezo a carcaça inerte do animal. E a superioridade total do mescalero muerto. Ele, que é o pária e o torero, é um ator trágico nele mesmo. Encenando sem mentira o espetáculo lúgubre de sua existência.

"Deus é um junkie autodestrutivo."


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